Caule

Introdução ao estudo do caule

Com a conquista da terra firme, as Fanerógamas (Phanerogamae) tiveram estabelecido um eixo do qual uma parte cresce em direção à terra e aí se ramifica: a raiz – outra parte cresce em direção contrária ao solo e também se ramifica: o caule. Os caules, por meio das suas ramificações, têm o seu trabalho biológico mais bem executado, uma vez que é distribuído pelos diferentes ramos. Na época da reprodução, os apêndices laterais dos caules dão origem às flores, que produzirão frutos e sementes. Com a adaptação cada vez mais acentuada à terra firme, tornou-se possível a estas plantas produzir caules subterrâneos, como os rizomas, tubérculos e bulbos, que asseguram a estes vegetais o poder de se multiplicarem vegetativamente. Estudar-se-á a seguir a organização e as variações dos caules.

 

– Importância:

a)    sustentação de folhas, flores etc.

b)    condução de substâncias alimentares.

c)    alimentar (reservas, açúcar, amido). Ex.: batata-inglesa.

d)    industrial (borracha, corantes, resinas): lápis, móveis, gomas.

e)    comercial- madeiras.

f)     medicinal- Ex.: gengibre, alcaçuz

 

– Caracteres Gerais:

a)    corpo dividido em nós e entrenós.

b)    presença de folhas e botões vegetativos.

c)    geralmente aclorofilados. Exceções: caules herbáceos.

d)    geralmente aéreos. Exceções: bulbos, rizomas etc.

e)    geralmente geotropismo negativo.

f)     fototropismo positivo.

 

– Funções:

a)    produção e suporte de ramos, flores e frutos.

b)     condução da seiva (distribuição do alimento).

c)    crescimento e propagação vegetativa.

d)    às vezes, fotossíntese e reserva de alimentos.

 

– Origem:

a)    na gêmula do caulículo do embrião da semente.

b)    exógena, a partir das gemas caulinares.

 

Definição:

É um órgão vegetativo, geralmente aéreo, que serve para produzir e suportar fo lhas, flores e frutos, para a circulação da seiva nutritiva, para armazenar reservas alimentares e, às vezes, para efetuar a propagação vegetativa.

 

– Morfologia Externa:

a)    – região caulinar, em geral dilatada, donde saem as folhas.

b)    entrenó ou meritalo – região caulinar entre dois nós consecutivos.

c)    gema terminal-situada no ápice, constituída por escamas, ponto vegetativo (região meristemática, de forma cônica) e primórdios foliares que o recobrem.

d)    Pode produzir ramo folioso ou flor e promove o crescimento. Há gemas nuas, isto é, sem escamas.

e)    gema lateral– de constituição semelhante à anterior e que pode produzir

ramo folioso ou flor. Situada na axila de folhas, chama-se também gema axilar. Muitas vezes, permanece dormente, isto é, não se desenvolve.

 

Classificação do caule quanto ao habitat:

 

– Eretos:

a)    tronco -Tenhoso, resistente, cilíndrico ou cônico, ramificado. Ocorre em árvores e arbustos. Ex.: magnólia.

b)    haste – herbáceo ou fracamente lenhificado, pouco resistente. Ocorre nas ervas e nos subarbustos. Ex.: serralha, botão-de-ouro.

c)    estipe – também chamado espique ou estípite, lenhoso, resisten te, cilíndrico, longo, em geral nãoramificado, com capitel de folhas na extremidade. É o caule das palmeiras, ocorrendo raramente entre Dicotyledoneae. Ex.: mamão.

d)    colmo – silicoso, cilíndrico, com nós e entrenós bem marcantes. Pode ser cheio e oco ou fistuloso. Ex.: Gramineae: milho, bambu, cana-de-açúcar.

e)    escapo – o que sai de rizoma, bulbo etc.; nãoramificado, áfilo e sustenta flores na extremidade. Ocorre em plantas cujo caule é muito reduzido ou subterrâneo e suas folhas aparentam nascer diretamente do solo. Ex.: falsa-tiririca.

 

Rastejantes:

são apoiados e paralelos ao solo, com ou sem raízes, de trechos em trechos. Ex.: abóbora.

 

Trepadores:

a)    definiçãosão os que sobem num suporte, por meio de elementos de fixação, ou a ele se enroscam. Ex.: por meio de raízes adventícias: hera ou gavinhas: chuchu, uva.

b)    volúveisenroscamse, mas sem auxílio de órgãos de fixação. Podem ser sinistrorsos (ao passar por trás do suporte, dirigem-se para a esquerda): enrola-semana e dextrorsos (dirigemse para a direita: madressilva).

  

Folha

Introdução ao Estudo de Folhas

Nas folhas,a sua forma achatada é favorável à exposição solar; a sua cor verde fornecida pela clorofila, que possibilita a fotossíntese ou elaboração de alimentos; as suas nervuras, que contêm células especializadas para transporte da seiva; os seus poros” microscópicos, os estômatos, que permitem a circulação de ar e a eliminação de vapor d’água mostra estar este órgão perfeitamente adaptado ao exercício das funções metabólicas das plantas: fotossíntese e distribuição dos alimentos, respiração e transpiração.

Graças a esses órgãos verdes que desprendem o oxigênio para o ar atmosférico, purificando-o, é que foi possível ao homem aparecer sobre a superfície da terra. Jamais algum outro órgão vegetativo das plantas alcançou extensa variedade de formas e de estruturas; tais variações estão na dependência de fatores externos e internos: desde as folhas inferiores e incolores, tais como os cotilédones das sementes e as escamas dos órgãos subterrâneos, até as folhas superiores normais e verdes, para não se referir à metamorfose das folhas em flores ou às adaptações a condições extremas de vida, como as folhas insetívoras das plantas carnívoras! A seguir, serão estudadas mais detalhadamente as folhas e suas variações estruturais.

 

 

Generalidades da Folha

 

– Importância:

a)    Metabolismo da planta;

b)    Purificação do ar;

c)    Uso alimentar, medicianal;

d)    Industrial, em adubação etc.

– Caracteres gerais:

a)    Expansão lateral do caule;

b)    Órgão laminar com simetria bilateral;

c)    Crescimento limitado;

d)    Coloração verde (aclorofilado);

e)    Inserção nodal;

f)     Gemas nas axilas.

– Funções:

a)    Fotossíntese (nutrição);

b)    Respiração e transpiração;

c)    Condução e distribuição da seiva.

– Origem:

a)    Gêmula do embrião da semente,

b)    Exógena, como expansões laterais dos caules.

– Definição:

* Expansão lateral do caule, de simetria bilateral e crescimento limitado, constituindo-se num órgão vegetativo com importante funções metabólicas.

– Partes Constituintes:

a)    Limbo – parte laminar e bilateral;

b)    Pecíolo – haste sustentadora do limbo.

c)    Bainha ou estípulas – bainha é a parte basilar e alargada da folha que abraça o caule. Ex.: tinhão. Chama-se estípula cada um dos apêndices, geralmente laminares e em número de dois, que se formam de cada lado da base foliar. Ex.: brinco-de-princesa.

Nomenclatura Foliar

 

1)    folha incompleta quando falta uma das três partes constituintes.

2)    folha peciolada – quando apresenta pecíolo, Ex.: abóbora.

3)    folha séssil– sem pecíolo. Ex.: espadade-são-jorge.

4)    folha amplexicaule folha cuja base do limbo abraça o caule. Ex. serralha.

5)    folha perfolhada ou perfoliada quando as duas metades da base do limbo desenvolvem-se, circundando o caule, de modo que este parece atravessar o limbo. Ex: Specularia sp.

6)    folhas adunadas – são folhas opostas, sésseis, soldadas por suas bases, aparentando ser perfuradas pelo caule. Ex.: barbasco.

7)    folhas fenestradas -limbo com perfurações. Ex.: costeladeadão.

8)    folhas invaginantes com bainha que envolve o caule em grande extensão. Ex.: Gramineae, como capimdegalinha.

9)    filódio – pecíolo dilatado e achatado, assemelhandose ao limbo que, em geral, é ausente totalmente. Ex.: Acacia sp.

10) heterofilia é o polimorfismo marcante das folhas normais. Ex.: cabomba, eucalipto e macaé.

11)pecíolo alado pecíolo com expansões aliformes foliáceas laterais. Ex.: laranjeira

12)peciólulo é o pecíolo dos folíolos das folhas compostas. Ex.: espadeae carrapicho.

13)pseudocaule falso caule, constituído dos restos das bainhas foliares densamente superpostas. Ex.: bananeira.

14)pulvino ou pulvínulo é uma porção espessada da base foliar ou foliolar que provoca, nas folhas, movimentos de curvaturas (nastias). Ex.: sensitiva, carrapicho.

Modificações foliares

a- Cotilédones: primeiras folhas embrionárias; podem acumular reservas (feijão) ou servir como órgão de transferência de reservas do albúmen para o embrião (mamona – Ricinus communis).

b- Catáfilos (ou escamas): modificações da porção basal da folha, sem a parte superior; protegem as gemas (palma-de-Santa-Rita – Gladiolus) ou acumulam substâncias nutritivas (cebola – Allium cepa). c- espinhos: possuem sistema vascular (figo-da-Índia – Opuntia – Cactaceae).

c- espinhos: com função de defesa e economia hídrica.

d- gavinhas: possuem tigmotropismo (enrolam-se a suportes). Ex.: folíolos da ervilha.

Semente

Semente

            As sementes têm a função de perpetuação e multiplicação das espécies. É o elemento principal no estabelecimento, expansão, diversificação e desenvolvimento da agricultura. As sementes iniciam nas flores, com a fertilização dos óvulos, ou seja, a recombinação genética de gametas masculino e feminino, estabelecendo uma variabilidade genética favorável à adaptação das espécies. Uma semente é um óvulo fertilizado e desenvolvido, com grandes diferenças físicas entre as espécies, porém suas semelhanças são muitas e talvez mais importantes. Muitas vezes, o termo semente é usado em seu sentido funcional, indicando toda e qualquer estrutura vegetal capaz de reproduzir uma planta.

Definição:

É o óvulo desenvolvido após a fecundação, contendo o embrião, com ou sem reservas nutritivas, protegido pelo tegumento.

 

Constituição da Semente:

 

            – Tegumento ou casca – testa, tégmen ou tegma

              

Amêndoa :

           

– Embrião :

a)    Radícula – raiz rudimentar

b)    Caulículo – é a porção caulinar do embrião

c)    Gêmula – é o cone vegetativo apical, com os primórdios das primeiras folhas propriamente ditas.

d)    Cotilédones – é a primeira ou são as primeiras folhas das Phanerogamae

 

– reservas:

a)    Albume ou endosperma ou perisperma – pode ocorrer na semente ou desaparecer durante a formação do embrião. Ex.: milho.

b) perisperma – tecido originado pela parte da nucela, persistente, durante a formação do albume. O perisperma pode ser a única reserva da semente (Cannaceae) ou ocorre juntamente com o albume (Piperaceae)

 

Desenvolvimento da Semente

 

Formação do embrião:

 

o zigoto diplóide (proveniente da fusão do microgameta com a oosfera) divide-se em duas células. A mais externa, encostada à micrópila, por divisões sucessivas, forma um cordão, o suspensor, ligado por um lado ao saco embrionário, por onde recebe substâncias nutritivas; o suspensor tem vida efêmera. A mais interna, concomitantemente, por divisões sucessivas, forma o embrião, que é a futura planta.

 

Formação de reservas:

Ao mesmo tempo em que os fenômenos acima se verificam, o núcleo

triplóide (proveniente da fusão do microgameta com o mesocisto), por divisões sucessivas, formará um tecido de reserva, o albume.

 

Formação do tegumento:

Os integumentos dos óvulos, geralmente, vão originar o tegumento, que é o revestimento protetor da semente.

            

DISSEMINAÇÃO DAS SEMENTES E DOS FRUTOS (DIÁSPOROS)

Processo pelo qual os diásporos são dispersados, isto é, são transportados ou lançados a maior ou menor distância da planta que os originou. Os diásporos são as unidades orgânicas (sementes, frutos ou propágulos) destinadas à propagação das plantas.

 

SÍNDROMES DE DISSEMINAÇÃO

 

Antropocoria –  quando é feita pelo homem, acidental ou espontaneamente;

Zoocoria – quando feita com auxílio dos animais. Ex.: frutos e sementes com pêlos e espinhos que adeaderem ao corpo dos animais. Ex.: carrapicho, picão e carrapichode-carneiro. Outras vezes, são ingeri das por aves, macacos e outros animais, sendo as sementes disseminadas junto com as fezes. Ex.: erva-de-passarinho.

Anemocoria – quando feita com auxílio do vento. Ex.: sementes e frutos leves ou minúsculos. Ex.: sementes de orquídeas. Outras podem ter expansões aliformes: pente-de-macaco, ou pêlos com aspecto de para-quedas: paineira, oficial-de-sala e língua-de-vaca.

Hidrocoriaquando feita com auxílio da água. Ex.: sementes e frutos com cutícula impermeável. Ex.: coco. É comum apresentarem fIutuadores especiais,

como tecido esponjoso ou sacos aeríferos. Ex.: Hemandia guianensis (ventosa) e pinheirinhod’água.

Autocoria -quando feita pelo próprio vegetal. Ex.: frutos que se abrem com grande pressão, lançancaracteres do as sementes a distância. Ex.: beijo-de-frade.

Barocoriaquando feita pela ação da gravidade. Ex.: sementes ou frutos pesados. Ex.: abacate.

Geocarpia – quando os pedúnculos, após a fecundação, enterram no solo os próprios frutos, onde amadurecem. Ex.: amendoim.

 

           

 

Fruto

O Fruto

A finalidade biológica do fruto é ser um envoltório protetor para a semente, ao mesmo tempo que assegura a propagação e perpetuação das espécies. Como os animais, em seu amor maternal, as plantas protegem a sua prole e cuidam de sua sobrevivência. Realmente, durante o amadurecimento, muitos frutos adquirem cores chamativas e aromas agradáveis ou tornam-se sucosos, e seu sabor é apreciado por animais que, ao se alimentarem deles, despejam as suas sementes à maior ou menor distância. Outros, ao contrário, tornam-se frutos secos, porém sofrem diferentes processos de abertura que permitem a libertação das suas sementes, havendo mesmo casos de deiscência explosiva, sendo aquelas lançadas a distância relativamente grande, na dispersão.

Muitas vezes os próprios frutos apresentam configurações morfológicas que lpes permitem participar ativamente na disseminação das sementes. Assim, são encontrados frutos com espinhos, ganchos e outras excrecências que facilmente aderem aos corpos dos animais ou apresentam-se plumosos ou leves, o que vem, então, facilitar o seu transporte, em virtude do vento. Os frutos têm grandes variações estruturais. Estas, por sua vez, dependem da natureza ou das variações que existem na organização do gineceu das flores. Mais ainda, muitas vezes o fruto não é formado unicamente pelo ovário da flor, visto que outras peças podem estar representadas nos frutos, como: pedúnculo, receptáculo, cálice e brácteas.

Definição:

É o ovário desenvolvido com as sementes já formadas; ou pode ser ainda constituído de diversos ovários e ter ou não estruturas acessórias (indúvias).

Constituiçao do pericarpo (parede do fruto):

  • epicarpo – camada mais externa proveniente da epiderme externa da parede ovariana.
  • mesocarpo – camada intermediária proveniente do mesófilo carpelar. Quase sempre de grande espessura, podendo ou não acumular reservas nos frutos carnosos ou secos, respectivamente; em geral, é a parte comestível.
  • endocarpo – camada mais interna proveniente da epiderme interna da parede ovariana que se acha em contato com as sementes. Quando lenhificado, constitui o caroço (nas drupas), podendo ser a parte comestível, como na laranja.

– Drupa: possui uma semente apenas. Ex.: Abacate

– Baga: possui várias sementes. Ex.: Laranja

  • Frutos Simples, secos e indeiscentes: frutos provenientes de um gineceu monocarpelar, de pericarpo seco e que não libertam as sementes quando maduros.
    • Aquénio: fruto proveniente de um gineceu monocarpelar e uniovulado. Possui uma semente (monospérmico) que não está aderente ao pericarpo.
    • Cariopse: fruto proveniente de um gineceu monocarpelar e uniovulado. Possui uma semente, estando esta aderente ao pericarpo (característico das espécies da família Gramineae ou Poaceae, como é o caso do trigo, milho, centeio, etc.)
    • Sâmara: proveniente de um gineceu bi a policarpelar, com o pericarpo prolongado em asa membranosa (ex. fruto do freixo).
    • Bilomento: fruto polispérmico articulado, que evolui a partir de um gineceu bicarpelar paracárpico. possui um septo que o divide dois lóculos (ex. fruto do saramago)
    • Lomento: de aspecto semelhante a uma vagem mas divisível em artículos (cada um com uma semente) ao longo das linhas de sutura transversais (ex. fruto da serradela).
  • Frutos Simples, secos e deiscentes: frutos provenientes de um gineceu monocarpelar, de pericarpo seco e que libertam as sementes quando maduros.
    • Vagem: fruto monocarpelar, normalmente polispérmico, deiscente por duas fendas longitudinais (característico das espécies da família Leguminosae ou Fabaceae).
    • Silíqua: fruto dicarpelar paracárpico, separado em dois lóculos por um falso septo e deiscente por quatro fendas longitudinais (característico das espécies da família Cruciferae).
    • Silícula: tipo de silíqua isodiamétrica, em que a razão comprimento/largura é inferior a 3,5.
    • Cápsula: fruto polispérmico, proveniente de um gineceu unipistilado cenocárpico.
  • Frutos Simples e carnudos: frutos provenientes de um gineceu monocarpelar e de pericarpo carnudo
    • Baga: fruto sincárpico e polispérmico, possuindo um epicarpo membranáceo, mesocarpo carnudo e mais ou menos sucoso e endocarpo muito ténue.
    • Hesperídeo: fruto resultante de ovário sincárpico, pluriovulado, com epicarpo provido de bolsas secretoras de óleo essencial, mesocarpo branco e subcoriáceo. O endocarpo tem uma estrutura membranosa, compacta e é revestido internamente por pêlos multicelulares de origem subepidérmica cheios de suco (característico dos citrinos, família Rutaceae).
    • Drupa: fruto proveniente de gineceu monocarpelar e uniovulado. Possui epicarpo membranáceo, mesocarpo carnudo e endocarpo esclerificado (frequente nas espécies da sub-família Prunoideae das Rosaceae).
  • Pseudofrutos (ou pseudocarpos) secos: frutos provenientes de ovário ínfero e de pericarpo seco.
    • Cipsela: pseudofruto monospérmico proveniente de um pistilo dicarpelar, paracárpico, unilocular e uniovulado. Frquentemente está coroado por um papilho de escamas, cerdas, aristas ou pêlos (característico da família Compositae, como é o caso do girassol).
    • Glande: pseudofruto proveniente de ovário ínfero pluricarpelar e pluriovulado, em que, nalguns casos, apenas um dos óvulos frutifica. A glande apresenta um pericarpo coriáceo e está envolvida por uma “cúpula” que tem origem a partir do desenvolvimento de brácteas, como na aveleira, incluíndo ainda, por vezes, o pedúnculo, como nos carvalhos.
  • Pseudofrutos carnudos: frutos provenientes de ovário ínfero e de pericarpo carnudo.
    • Pepónio: pseudofruto sincárpico, indeiscente, proveniente de um gineceu com 3 a 5 carpelos. O endocarpo é pouco consistente e no fruto maduro, fica frequentemente, liquefeito (característico das espécies da família Cucurbitaceae como é o caso do melão, melancia, etc.)
    • Pomo: pseudofruto sincárpico proveniente de um gineceu geralmente com 5 carpelos. Na sua constituição entram os tecidos do hipanto (úrnula) que envolvia o pistilo (característico da sub-família Maloideae, família Rosaceae, como é o caso da macieira, pereira e marmeleiro)
    • Trima: pseudofruto drupáceo que possui, após a maturação, um endocarpo esclerificado e deiscente por fendas irregulares (é o fruto da nogueira).
  • Frutos Múltiplos: frutos provenientes de um gineceu multipistilado ou apocárpico de uma só flor e que se mantém preso ao carpóforo na maturação.
    • Múltiplo de aquénios: é o caso do fruto do morangueiro, em que o carpóforo se tornou carnudo e sobre ele encontram-se inseridos os numerosos aquénios.
    • Múltiplo de drupas ou pluridrupa: fruto múltiplo em que cada carpelo se transforma numa drupa, como é o caso da amora das silvas (Rubus spp.)
    • Cinorrodo: fruto múltiplo de ovário ínfero, sendo constituído pelo hipanto em forma de taça (úrnula), dentro da qual se encontram diversos pistilos uniovulados.

Tipos de Frutos

 

Quanto ao número de sementes:

 

a)    monospérmicos com uma só semente.

b)    dispérmicos com duas sementes.

c)    trispérmicos com três sementes.

d)    polispérmicos com várias sementes.

 

Quanto à  consistência do pericarpo:

 

a)    secos com pericarpo não-suculento.

b)    camosos- com pericarpo espesso e suculento.

 

Quanto à deiscência:

 

a)    deiscentes – abremse, quando maduros.

b)    indeiscentes – não se abrem.

 

Quanto ao número de carpelos:

 

a)    monocárpicos provenientes de gineceu unicarpelar.

b)    apocárpicos provenientes de gineceu dialicarpelar.

c)    sincárpicos provenientes de gineceu gamocarpelar.

 

 

Flor

1- FLOR

1.1- Caracterização e constituição

            A flor é constituída por um caule curto com vários nós e com entrenós muito curtos. A região da flor onde as diferentes peças florais estão inseridas é designada de receptáculo. As diferentes partes da flor são consideradas muitas vezes como folhas modificadas. O conjunto mais externo de peças florais idênticas é designado de cálice sendo constituído pelas sépalas. Seguem-se-lhe as pétalas que formam a corola. Cálice e corola são peças florais estéreis, no seu conjunto designam-se perianto. As folhas florais férteis são os estames – que no seu conjunto formam o androceu – e os carpelos – que constituem o gineceu.

1.2- IMPORTÂNCIA:

  • reprodução sexual;
  • classificação das plantas (taxonomia);
  • industrial, medicinal, ornamental etc.

1.3- CARACTERES GERAIS

 

  • constituída de folhas modificadas (metamorfose foliar), com diferentes especializações.

1.4- FUNÇÃO

  • reprodução sexual.

1.5- ORIGEM

 

  • metamorfose foliar progressiva.

1.6- DEFINIÇÃO

  • um eixo com folhas metamorfoseadas que, em conjunto, constituem o aparelho reprodutor sexual das plantas superiores (Fanerógamos).

1.7-  PARTES CONSTITUINTES

  • brácteas e bractéolas folhas modificadas, localizadas próximo aos verticilos florais; geralmente há duas bractéolas nas Dicotyledoneae e uma nas Monocotyledoneae.
  • pedúnculo eixo de sustentação da flor.
  • receptáculo porção dilatada do extremo do pedúnculo, onde se inserem os verticilos florais.

1.7.1- VERTICÍLOS FLORAIS

   Externos ou protetoresperianto ou perigônio  

  • cálice: conjunto de sépalas
  • corola: conjunto de pétalas

 

  Internos ou reprodutores:

  • androceu: conjunto de estames
  • gineceu: conjunto de carpelos

1.8- Expressão sexual

  • Flor hermafrodita: flor com gineceu e androceu
  • Flor unissexual: podem ser unissexuadas masculinas (estaminadas) ou femininas (pistiladas)
  • Plantas Monóicas: flores pistiladas e estaminadas no mesmo indivíduo (ex. meloeiro, milho, castanheiro, etc.)
  • Plantas dióicas: indivíduos com flores estaminadas e indivíduos com flores pistiladas (ex. azevinho, kiwi)

Obs.:

  • pedicelo – eixo de sustentação da flor na inflorescência pluriflora.
  • perigônio existe a tendência de se chamar assim o perianto homoclamídeo, típico em Monocotyledoneae.

 

Continuação do Sistema Nervoso

1. Evolução do sistema nervoso periférico(SNP) nos Celenterados

         No reino animal,
podemos encontrar um sistema nervoso pela primeira vez  nos celenterados
(ou cnidários) na forma de um sistema nervoso difuso  (rede nervosa), com
células nervosas  sem diferenciações ou  especializações.

1.1 Evolução do SNP nos Platelmintos

    Nos platelmintos, encontramos pela primeira vez
células  nervosas agrupadas, formando um gânglio nervoso anterior
(os primeiros a apresentarem cefalização) de onde partem  de 2 a 8
cordões nervosos longitudinalmente para o resto do corpo (sistema nervoso
ganglionar ventral).

 

1.2
Evolução do SNP nos Nematelmintos

         Nos
nematelmintos, encontramos um anel de células nervosas ao redor da faringe ou
esôfago, de onde partem um cordão nervoso dorsal e um ventral.

        

1.3 Evolução do SNP nos Anelídeos

           Os anelídeos apresentam
gânglios cerebróides na região anterior do corpo (2 pares supraesofágicos e 2
pares subesofágicos) e um ou dois cordões nervosos ventrais, com gânglios para
cada segmento do corpo (gânglios ventrais).

1.4 Evolução do SNP nos Moluscos

            Nos moluscos encontramos gânglios cerebrais desenvolvidos, comunicados com gânglios viscerais (controle das vísceras) e gânglios pedais ou pediais (controle dos movimentos).

1.5 Evolução do SNP nos Artrópodos


Os artrópodos possuem sistema nervoso de organização semelhante ao dos
anelídeos, com os gânglios “cerebrais” bastante desenvolvidos, com células
nervosas definidas para diversas atividades e um cordão nervoso ventral com
vários gânglios.

1.6 Evolução do SNP nos Equinodermos

             Os equinodermos (estrela-do-mar) possuem uma concentração nervosa (anel nervoso) ao redor da boca (região ventral) e um cordão nervoso mediano em cada espinho.

Sistema Nervoso

1. Divisão do Sistema Nervoso

1.1 Sistema Nervoso Central

             O sistema nervoso é dividido em: Sistema Nervoso Central (SNC) e Sistema Nervoso Periférico (SNP). SNC é uma porção de recepção de estímulos, de comando e  desencadeamento de respostas, é constituído pela medula espinhal e o encéfalo.

1.2 Sistema Nervoso Periférico

              SNP é formado pelas  vias que conduzem os estímulos ao SNC ou que levam até  aos órgãos efetuadores as ordens emanadas da porção central. SNP compreende os nervos cranianos (12) e espinhais (33), os  gânglios e as terminações nervosas.

Sistema Nervoso

Divisão

Partes

Funções

Sistema Nervoso Central (SNC)

Encéfalo e Medula Nervosa

Processamento e integração de informações

Sistema Nervoso Periférico (SNP)

Nervos e gânglios

Condução de informações entre órgãos receptores de estímulos, o SNC e órgãos efetuadores (músculos, glândulas…)

1.3 Sistema Nervoso Periférico

               Nervos são feixes de fibras nervosas envoltas por uma capa de tecido conjuntivo. Nos nervos há vasos sanguíneos, responsáveis pela nutrição das fibras nervosas. As fibras presentes nos nervos podem ser tanto dendritos como axônios que conduzem, respectivamente, impulsos nervosos das diversas regiões do corpo ao sistema nervoso central e vice-versa.

  •  Nervos sensitivos são os que contêm somente fibras sensitivas, que conduzem impulsos dos órgãos sensitivos para o sistema nervoso central.
  • Nervos motores são os que contêm somente fibras motoras, que conduzem impulsos do sistema nervoso central até os órgãos efetuadores (músculos ou glândulas).
  • Nervos mistos contêm tanto fibras sensitivas quanto motoras.

              As fibras nervosas são formadas pelos prolongamentos dos neurônios (dendritos ou axônios) e seus  envoltórios. Cada fibra nervosa é  envolvida por uma camada conjuntiva  denominada endoneuro.   As fibras nervosas organizam-se em  feixes. Cada feixe é envolvido por uma  bainha conjuntiva denominada perineuro. Vários feixes agrupados  paralelamente formam um nervo. O  nervo também é envolvido por uma bainha de tecido conjuntivo chamada  epineuro.

           Morfologia da fibra nervosa

1.4 Sistema Nervoso Periférico

             Gânglios nervosos são aglomerados de corpos celulares de neurônios localizados fora do sistema nervoso central. Os gânglios aparecem como pequenas dilatações em certos nervos.

          Sistema nervoso periférico voluntário ou somático: realizam ações voluntárias resultantes da contração de músculos estriados esqueléticos

     Sistema nervoso periférico autônomo: responsável pelas ações involuntárias resultantes da contração das musculaturas lisa e cardíaca, também chamado involuntário ou visceral.

1.5 SNP: Voluntário e Autônomo

          SNP Voluntário : tem como função reagir a estímulos provenientes do ambiente externo. Ele é constituído por fibras motoras que conduzem impulsos do sistema nervoso central aos músculos esqueléticos

          SNP Autônomo: tem por função regular o ambiente interno do corpo, controlando a atividade dos sistemas digestivos, cardiovascular, excretor e endócrino. Ele contém fibras nervosas que conduzem impulsos do sistema nervoso central aos músculos lisos das vísceras e à musculatura do coração.

1.6 Sistema Nervoso Periférico Autônomo (SNPA)

            O SNP autônomo (SNPA) é dividido em dois ramos: simpático e parassimpático, que se distinguem tanto pela estrutura quanto pela função.

          SNPA simpático: os gânglios localizam-se ao lado da medula espinal, distantes do órgão efetuador. Estimula ações que mobilizam energia, permitindo ao organismo responder a situações de estresse.

          SNPA parassimpático: os gânglios das vias parassimpáticas estão longe do sistema nervoso central e próximos ou mesmo dentro do órgão efetuador. Estimula principalmente atividades relaxantes, como a redução do ritmo cardíaco e da pressão sanguínea, entre outras.

1.7 Condução do Estímulo

1.8 SNPA: Parassimpático e Simpático

1.9 Tabela de Neurotransmissor: Adrenalina e Acetilcolina

Neurotransmissor  responsável

Adrenalina

Acetilcolina

Pupilas

Dilata

Contrai

Coração

Acelera (taquicardia)

Retarda (bradicardia)

Vasos Sanguíneos

Contrai (pessoa pálida)

Dilata (pessoa fica vermelha)

Estômago

Paralisa

Excita

Intestino

Paralisa

Excita

Bexiga

Relaxa

Contrai

Útero

Relaxa

Contrai

Pênis

Relaxa

Provoca ereção

1.10 Neurônio

          Neurônio é a unidade morfológica e fisiológica do sistema nervoso. É uma célula composta de um corpo celular, onde está o núcleo, e de finos prolongamentos celulares, que podem ser dendritos ou axônios.

          dendritos são prolongamentos geralmente muito ramificados e que atuam como receptores de estímulos.

          axônios atuam como condutores dos impulsos nervosos e só possuem ramificações na extremidade.

1.11 Morfologia do Neurônio

O axônio é envolvido por um tipo celular denominado célula de Schwann.

          Células de Schwann: determinam a formação da bainha de mielina (invólucro lipídico), que atua como isolante térmico e facilita a transmissão do impulso nervoso.

          Nódulo de Ranvier:  região de descontinuidade da bainha de mielina, localizada entre uma célula de Schwann e outra, que acarreta a existência de uma constrição (estrangulamento).

          Neurilema: A parte celular da bainha de mielina, onde estão o citoplasma e o núcleo da célula de Schwann.

1.12 Tipos de Neurônio

          Neurônios aferentes (sensitivo): normalmente situados no epitélio da superfície do animal, apresentando a característica de irritabilidade, detectando as modificações do meio ambiente, tanto interno como externo, ou seja, são sensíveis aos estímulos externos ou internos.

      Neurônios eferentes ou motores: são especializados na condução do impulso nervoso ao órgão efetuador, que pode ser um músculo ou uma glândula, no caso dos mamíferos.

      Neurônio de associação: faz sinapse com o axônio do neurônio aferente de um determinado segmento do animal, passando pela corda ventral do animal e fazendo sinapse com o neurônio motor do segmento vizinho, permitindo que um estímulo recebido em um segmento provoque resposta em outro. A concentração dos neurônios de associação aumentou consideravelmente o número de sinapses, permitindo a formação dos gânglios cerebróides nos invertebrados e do encéfalo nos vertebrados.

 

1.13 Estímulo e transmissão do impulso

1.14 Classificação dos Neurônios

     Segundo o número de dendritos os neurônios podem dividir-se em:

  • Neurônio mono ou unipolar: Um só axônio, nenhum dendrito, presente nos órgãos dos sentidos. Os receptores sensoriais ocupam o lugar dos dendritos.
  • Neurônio bipolar: Um axônio, uma dendrito. Presente também nos órgãos dos sentidos.
  • Neurônio pseudomonopolar: Dendrito e axônio se fusionam perto do corpo neuronal.
  • Neurônio multipolar: Várias dendritos, um axônio. Predomina no sistema nervoso central.

1.15 Tipos de Sinapses

  • Sinapses Neuromusculares: é a ligação entre as terminações axônicas e as células musculares e nestas ocorre liberação da substância  neurotransmissora acetilcolina que estimula a contração muscular.
  • Sinapses Elétricas: ocorrem no sistema nervoso central, atuando na sincronização de certos movimentos rápidos em alguns tipos de neurônios, pois neste o potencial de ação se propaga diretamente do neurônio pré-sináptico para o pós-sináptico, sem intermediação de neurotransmissores.

1.15 Sinapse Química

             

1.16 Sinapses Elétrica

1.17 Condução do impulso nervoso

O percurso do impulso nervoso no neurônio é sempre no sentido dendrito –> corpo celular –> axônio.

     

1.18 Referências Bibliográficas

           JUNQUEIRA , L. C., CARNEIRO, J. Histologia básica. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan: 1985.512p.

          MACHADO, A. Neuroanatomia funcional. São Paulo: Livraria Atheneu, 1977.294p.

          BARNES, R. D. l984 Zoologia dos Invertebrados 4ª edição. 1179pp. Livraria Roca. São Paulo.

          POUGH, F. H.; HEISER, J. B. e McFARLAND, W. N. A vida dos Vertebrados. 2ª edição. Atheneu Editora. São Paulo – São Paulo. 1999. 798 p.

 

Sistema Excretor

        O sistema excretor é responsável pela homeostase, isto é, mantém a estabilidade do meio intenso dos seres vivos, eliminando o excesso das substâncias que são produzidas pelas células. As células produzem, durante o seu metabolismo, substâncias que continuamente, são eliminadas no sangue, ou no líquido intercelular; algumas dessas substâncias são tóxicas e, portanto, não podem acumular-se no organismo. Abaixo, as principais excretas:

Principais excretas

  • CO2
  • H2O
  • Sais
  • Bile
  • Amônia
  • Uréia
  • Ácido úrico
  • Creatinina

          A amônia, a uréia e o ácido úrico são provenientes do metabolismo dos aminoácidos.

Regulação da água e dos sais

         Os animais têm a necessidade de manter constante a concentração de sais do sangue e dos outros líquidos corporais; qualquer modificação na concentração dos fluidos pode acarretar a entrada de água em excesso, ou a desidratação. Por exemplo, os peixes dulcícolas vivem em água doce, com baixa concentração de sais (meio hipotômico). A água entra, por osmose, pelas brânquias e superfícies do corpo. Os rins eliminam o excesso de água; os sais, eliminados na urina, são repostos pelos alimentos e pela absorção ativa, através das brânquias.

Excreção nos invertebrados

       Nos protozoários, poríferos e celenterados, a excreção ocorre por difusão. Os protozoários de água doce apresentam vacúolos contráteis ou pulsáteis, cuja função é remover o excesso de água, que entra na célula por osmose.

Abaixo, as estruturas excretoras dos invertebrados:


Animais

 

Estruturas

 

Platelmintos

 

Célula flama ou solenócito

 

Asquelmintos

 

Tubos em H

 

Anelídeos e Moluscos                             

 

Nefrídios

 

Artrópodes – Crustáceos                

 

Glândula verde

 

Artrópodes – Insetos                       

 

Túbulos de Malpighi

 

Artrópodes – Aracnídeos               

 

Túbulos de Malpighi e Glândulas coxais

Planária

A planária remove o excesso de água através dos tubos ramificados, que terminam na célula-flama e, desta, para os canais excretores.

 

          Os dois canais recolhem os catabólitos, que são enviados para o poro excretor.

 Nefrídio de um anelídeo

          Nas minhocas, os nefrídios dispõem se em pares, em quase todos segmentos do corpo.

 Túbulo de Malpighi

         Nos insetos,os túbulos de Malpighi retiram do sangue os produtos e transferem-os para o tubo digestório, de onde os catabólitos são eliminados com as fezes. Nos insetos,o CO2 é eliminado pelas traquéias, e as substâncias nitrogenadas, pelos túbulos de Malpighi.

         Nos vertebrados, a excreção é feita pelos rins. Observe, abaixo, o aparelho excretor humano:

Excreta nitrogenada

           A amônia é um excreto nitrogenado muito tóxico para as células.Os animais que eliminam amônia são de pequeno porte e dispõem de muita água, devido à sua alta solubilidade. Os animais que eliminam ácido úrico demonstram uma adaptação ao meio terrestre, onde a economia da água é vital para a solubilidade; portanto, os animais economizam a água na sua excreção. Observe a tabela abaixo com as principais características dos resíduos nitrogenados:

Características

Amônia

Uréia

Ácido úrico

Toxicidade

Alta

Moderada

Baixa

Solubilidade

Alta

Alta

Alta

Grupos animais

Invertebrados

aquáticos,

peixes ósseos,

protocordados

Peixes

cartilaginosos,

anfíbios e

mamíferos

Insetos,

répteis e aves

Classificam-se os animais, quanto à principal excreta nitrogenada, em três grupos:

Amonotélicos: eliminam a amônia.

Ureotélicos: eliminam a uréia.

Uricotélicos: elimina o ácido úrico.

IMPORTANTE:

           O desenvolvimento embrionário também determina o tipo de substância nitrogenada a ser excretada pelos animais. Os embriões de peixes e anfíbios desenvolvem-se na água; portanto, eliminam a amônia assim que é produzida. Durante o desenvolvimento larval, os anfíbios continuam eliminando a amônia, mas os anfíbios terrestres adultos excretam a uréia. Os embriões de ave e de réptil desenvolvem-se em um ovo de casca rígida e no meio externo. Os embriões, para economizar a água, excretam ácido úrico, que é armazenado em uma bolsa chamada alantóide. Os embriões da maioria dos mamíferos trocam substâncias com o sangue materno através da placenta; assim, os embriões excretam a uréia, que é bastante solúvel, e que será removida do embrião pela circulação materna.

Excreção humana

            A excreção humana é realizada pelos rins. Os rins recebem sangue das artérias renais e devolvem-no pelas veias renais, para veia cava inferior. Cada rim é formado por 1 milhão de néfrons. Os néfrons são constituídos pela arteríola aferente, glomérulo de Malpighi, arteríola eferente, cápsula de Bowmam, tubo contornado proximal, alca de Henle e túbulo contornado distal. Os túbulos distais de vários néfrons terminam em ductos coletores, que desembocam na pelve do rim. Da pelve, partem para o ureter, que termina na bexiga urinária. A urina é formada nos néfrons e acumulada na bexiga urinária.

        

Filtração glomerular

          O sangue chega aos capilares do glomérulo sob pressão elevada, passando uma parte do plasma sangüíneo para o interior da cápsula. Na ultrafiltração glomerular, devido ao seu tamanho, as proteínas são as únicas partículas que não são filtradas. O filtrado glomerular tem composição química semelhante à do plasma sangüíneo, exceto as proteínas. 

 

Reabsorção renal

              O filtrado flui ao longo túbulo renal e atinge o ducto coletor. Durante a passagem, a maior parte da água e das substâncias nela dissolvidas é reabsorvida e devolvida para a circulação; o restante do filtrado forma a urina. Algumas partículas (como as de água) são reabsorvidas por transporte passivo, enquanto a glicose, bicarbonato, sódio, etc sofrem reabsorção ativa. As células dos túbulos são ricas em mitocôndrias, que são as organelas que fornecem energia para o transporte ativo. A reabsorção facultativa da água é controlada pelo hormônio ADH (hormônio antidiurético) produzido pela hipófise. Essa absorção depende somente das necessidades hídricas do organismo e não está relacionada com a concentração dos solutos do filtrado.

Transporte dos sais ‡ Transporte ativo

Transporte as água ‡ Transporte passivo ‡ Osmose

Hormônio antidiurético (ADH) ‡ aumenta reabsorção da água

Diminuindo o volume da urina

Secreção tubular

     Algumas substâncias, como um antibiótico recebido por um indivíduo doente, são eliminadas pelo sangue, diretamente no filtrado do túbulo renal. Essas substâncias são secretadas ativamente pela urina.