Continuação do Sistema Nervoso

1. Evolução do sistema nervoso periférico(SNP) nos Celenterados

         No reino animal,
podemos encontrar um sistema nervoso pela primeira vez  nos celenterados
(ou cnidários) na forma de um sistema nervoso difuso  (rede nervosa), com
células nervosas  sem diferenciações ou  especializações.

1.1 Evolução do SNP nos Platelmintos

    Nos platelmintos, encontramos pela primeira vez
células  nervosas agrupadas, formando um gânglio nervoso anterior
(os primeiros a apresentarem cefalização) de onde partem  de 2 a 8
cordões nervosos longitudinalmente para o resto do corpo (sistema nervoso
ganglionar ventral).

 

1.2
Evolução do SNP nos Nematelmintos

         Nos
nematelmintos, encontramos um anel de células nervosas ao redor da faringe ou
esôfago, de onde partem um cordão nervoso dorsal e um ventral.

        

1.3 Evolução do SNP nos Anelídeos

           Os anelídeos apresentam
gânglios cerebróides na região anterior do corpo (2 pares supraesofágicos e 2
pares subesofágicos) e um ou dois cordões nervosos ventrais, com gânglios para
cada segmento do corpo (gânglios ventrais).

1.4 Evolução do SNP nos Moluscos

            Nos moluscos encontramos gânglios cerebrais desenvolvidos, comunicados com gânglios viscerais (controle das vísceras) e gânglios pedais ou pediais (controle dos movimentos).

1.5 Evolução do SNP nos Artrópodos


Os artrópodos possuem sistema nervoso de organização semelhante ao dos
anelídeos, com os gânglios “cerebrais” bastante desenvolvidos, com células
nervosas definidas para diversas atividades e um cordão nervoso ventral com
vários gânglios.

1.6 Evolução do SNP nos Equinodermos

             Os equinodermos (estrela-do-mar) possuem uma concentração nervosa (anel nervoso) ao redor da boca (região ventral) e um cordão nervoso mediano em cada espinho.

Sistema Nervoso

1. Divisão do Sistema Nervoso

1.1 Sistema Nervoso Central

             O sistema nervoso é dividido em: Sistema Nervoso Central (SNC) e Sistema Nervoso Periférico (SNP). SNC é uma porção de recepção de estímulos, de comando e  desencadeamento de respostas, é constituído pela medula espinhal e o encéfalo.

1.2 Sistema Nervoso Periférico

              SNP é formado pelas  vias que conduzem os estímulos ao SNC ou que levam até  aos órgãos efetuadores as ordens emanadas da porção central. SNP compreende os nervos cranianos (12) e espinhais (33), os  gânglios e as terminações nervosas.

Sistema Nervoso

Divisão

Partes

Funções

Sistema Nervoso Central (SNC)

Encéfalo e Medula Nervosa

Processamento e integração de informações

Sistema Nervoso Periférico (SNP)

Nervos e gânglios

Condução de informações entre órgãos receptores de estímulos, o SNC e órgãos efetuadores (músculos, glândulas…)

1.3 Sistema Nervoso Periférico

               Nervos são feixes de fibras nervosas envoltas por uma capa de tecido conjuntivo. Nos nervos há vasos sanguíneos, responsáveis pela nutrição das fibras nervosas. As fibras presentes nos nervos podem ser tanto dendritos como axônios que conduzem, respectivamente, impulsos nervosos das diversas regiões do corpo ao sistema nervoso central e vice-versa.

  •  Nervos sensitivos são os que contêm somente fibras sensitivas, que conduzem impulsos dos órgãos sensitivos para o sistema nervoso central.
  • Nervos motores são os que contêm somente fibras motoras, que conduzem impulsos do sistema nervoso central até os órgãos efetuadores (músculos ou glândulas).
  • Nervos mistos contêm tanto fibras sensitivas quanto motoras.

              As fibras nervosas são formadas pelos prolongamentos dos neurônios (dendritos ou axônios) e seus  envoltórios. Cada fibra nervosa é  envolvida por uma camada conjuntiva  denominada endoneuro.   As fibras nervosas organizam-se em  feixes. Cada feixe é envolvido por uma  bainha conjuntiva denominada perineuro. Vários feixes agrupados  paralelamente formam um nervo. O  nervo também é envolvido por uma bainha de tecido conjuntivo chamada  epineuro.

           Morfologia da fibra nervosa

1.4 Sistema Nervoso Periférico

             Gânglios nervosos são aglomerados de corpos celulares de neurônios localizados fora do sistema nervoso central. Os gânglios aparecem como pequenas dilatações em certos nervos.

          Sistema nervoso periférico voluntário ou somático: realizam ações voluntárias resultantes da contração de músculos estriados esqueléticos

     Sistema nervoso periférico autônomo: responsável pelas ações involuntárias resultantes da contração das musculaturas lisa e cardíaca, também chamado involuntário ou visceral.

1.5 SNP: Voluntário e Autônomo

          SNP Voluntário : tem como função reagir a estímulos provenientes do ambiente externo. Ele é constituído por fibras motoras que conduzem impulsos do sistema nervoso central aos músculos esqueléticos

          SNP Autônomo: tem por função regular o ambiente interno do corpo, controlando a atividade dos sistemas digestivos, cardiovascular, excretor e endócrino. Ele contém fibras nervosas que conduzem impulsos do sistema nervoso central aos músculos lisos das vísceras e à musculatura do coração.

1.6 Sistema Nervoso Periférico Autônomo (SNPA)

            O SNP autônomo (SNPA) é dividido em dois ramos: simpático e parassimpático, que se distinguem tanto pela estrutura quanto pela função.

          SNPA simpático: os gânglios localizam-se ao lado da medula espinal, distantes do órgão efetuador. Estimula ações que mobilizam energia, permitindo ao organismo responder a situações de estresse.

          SNPA parassimpático: os gânglios das vias parassimpáticas estão longe do sistema nervoso central e próximos ou mesmo dentro do órgão efetuador. Estimula principalmente atividades relaxantes, como a redução do ritmo cardíaco e da pressão sanguínea, entre outras.

1.7 Condução do Estímulo

1.8 SNPA: Parassimpático e Simpático

1.9 Tabela de Neurotransmissor: Adrenalina e Acetilcolina

Neurotransmissor  responsável

Adrenalina

Acetilcolina

Pupilas

Dilata

Contrai

Coração

Acelera (taquicardia)

Retarda (bradicardia)

Vasos Sanguíneos

Contrai (pessoa pálida)

Dilata (pessoa fica vermelha)

Estômago

Paralisa

Excita

Intestino

Paralisa

Excita

Bexiga

Relaxa

Contrai

Útero

Relaxa

Contrai

Pênis

Relaxa

Provoca ereção

1.10 Neurônio

          Neurônio é a unidade morfológica e fisiológica do sistema nervoso. É uma célula composta de um corpo celular, onde está o núcleo, e de finos prolongamentos celulares, que podem ser dendritos ou axônios.

          dendritos são prolongamentos geralmente muito ramificados e que atuam como receptores de estímulos.

          axônios atuam como condutores dos impulsos nervosos e só possuem ramificações na extremidade.

1.11 Morfologia do Neurônio

O axônio é envolvido por um tipo celular denominado célula de Schwann.

          Células de Schwann: determinam a formação da bainha de mielina (invólucro lipídico), que atua como isolante térmico e facilita a transmissão do impulso nervoso.

          Nódulo de Ranvier:  região de descontinuidade da bainha de mielina, localizada entre uma célula de Schwann e outra, que acarreta a existência de uma constrição (estrangulamento).

          Neurilema: A parte celular da bainha de mielina, onde estão o citoplasma e o núcleo da célula de Schwann.

1.12 Tipos de Neurônio

          Neurônios aferentes (sensitivo): normalmente situados no epitélio da superfície do animal, apresentando a característica de irritabilidade, detectando as modificações do meio ambiente, tanto interno como externo, ou seja, são sensíveis aos estímulos externos ou internos.

      Neurônios eferentes ou motores: são especializados na condução do impulso nervoso ao órgão efetuador, que pode ser um músculo ou uma glândula, no caso dos mamíferos.

      Neurônio de associação: faz sinapse com o axônio do neurônio aferente de um determinado segmento do animal, passando pela corda ventral do animal e fazendo sinapse com o neurônio motor do segmento vizinho, permitindo que um estímulo recebido em um segmento provoque resposta em outro. A concentração dos neurônios de associação aumentou consideravelmente o número de sinapses, permitindo a formação dos gânglios cerebróides nos invertebrados e do encéfalo nos vertebrados.

 

1.13 Estímulo e transmissão do impulso

1.14 Classificação dos Neurônios

     Segundo o número de dendritos os neurônios podem dividir-se em:

  • Neurônio mono ou unipolar: Um só axônio, nenhum dendrito, presente nos órgãos dos sentidos. Os receptores sensoriais ocupam o lugar dos dendritos.
  • Neurônio bipolar: Um axônio, uma dendrito. Presente também nos órgãos dos sentidos.
  • Neurônio pseudomonopolar: Dendrito e axônio se fusionam perto do corpo neuronal.
  • Neurônio multipolar: Várias dendritos, um axônio. Predomina no sistema nervoso central.

1.15 Tipos de Sinapses

  • Sinapses Neuromusculares: é a ligação entre as terminações axônicas e as células musculares e nestas ocorre liberação da substância  neurotransmissora acetilcolina que estimula a contração muscular.
  • Sinapses Elétricas: ocorrem no sistema nervoso central, atuando na sincronização de certos movimentos rápidos em alguns tipos de neurônios, pois neste o potencial de ação se propaga diretamente do neurônio pré-sináptico para o pós-sináptico, sem intermediação de neurotransmissores.

1.15 Sinapse Química

             

1.16 Sinapses Elétrica

1.17 Condução do impulso nervoso

O percurso do impulso nervoso no neurônio é sempre no sentido dendrito –> corpo celular –> axônio.

     

1.18 Referências Bibliográficas

           JUNQUEIRA , L. C., CARNEIRO, J. Histologia básica. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan: 1985.512p.

          MACHADO, A. Neuroanatomia funcional. São Paulo: Livraria Atheneu, 1977.294p.

          BARNES, R. D. l984 Zoologia dos Invertebrados 4ª edição. 1179pp. Livraria Roca. São Paulo.

          POUGH, F. H.; HEISER, J. B. e McFARLAND, W. N. A vida dos Vertebrados. 2ª edição. Atheneu Editora. São Paulo – São Paulo. 1999. 798 p.

 

Sistema Excretor

        O sistema excretor é responsável pela homeostase, isto é, mantém a estabilidade do meio intenso dos seres vivos, eliminando o excesso das substâncias que são produzidas pelas células. As células produzem, durante o seu metabolismo, substâncias que continuamente, são eliminadas no sangue, ou no líquido intercelular; algumas dessas substâncias são tóxicas e, portanto, não podem acumular-se no organismo. Abaixo, as principais excretas:

Principais excretas

  • CO2
  • H2O
  • Sais
  • Bile
  • Amônia
  • Uréia
  • Ácido úrico
  • Creatinina

          A amônia, a uréia e o ácido úrico são provenientes do metabolismo dos aminoácidos.

Regulação da água e dos sais

         Os animais têm a necessidade de manter constante a concentração de sais do sangue e dos outros líquidos corporais; qualquer modificação na concentração dos fluidos pode acarretar a entrada de água em excesso, ou a desidratação. Por exemplo, os peixes dulcícolas vivem em água doce, com baixa concentração de sais (meio hipotômico). A água entra, por osmose, pelas brânquias e superfícies do corpo. Os rins eliminam o excesso de água; os sais, eliminados na urina, são repostos pelos alimentos e pela absorção ativa, através das brânquias.

Excreção nos invertebrados

       Nos protozoários, poríferos e celenterados, a excreção ocorre por difusão. Os protozoários de água doce apresentam vacúolos contráteis ou pulsáteis, cuja função é remover o excesso de água, que entra na célula por osmose.

Abaixo, as estruturas excretoras dos invertebrados:


Animais

 

Estruturas

 

Platelmintos

 

Célula flama ou solenócito

 

Asquelmintos

 

Tubos em H

 

Anelídeos e Moluscos                             

 

Nefrídios

 

Artrópodes – Crustáceos                

 

Glândula verde

 

Artrópodes – Insetos                       

 

Túbulos de Malpighi

 

Artrópodes – Aracnídeos               

 

Túbulos de Malpighi e Glândulas coxais

Planária

A planária remove o excesso de água através dos tubos ramificados, que terminam na célula-flama e, desta, para os canais excretores.

 

          Os dois canais recolhem os catabólitos, que são enviados para o poro excretor.

 Nefrídio de um anelídeo

          Nas minhocas, os nefrídios dispõem se em pares, em quase todos segmentos do corpo.

 Túbulo de Malpighi

         Nos insetos,os túbulos de Malpighi retiram do sangue os produtos e transferem-os para o tubo digestório, de onde os catabólitos são eliminados com as fezes. Nos insetos,o CO2 é eliminado pelas traquéias, e as substâncias nitrogenadas, pelos túbulos de Malpighi.

         Nos vertebrados, a excreção é feita pelos rins. Observe, abaixo, o aparelho excretor humano:

Excreta nitrogenada

           A amônia é um excreto nitrogenado muito tóxico para as células.Os animais que eliminam amônia são de pequeno porte e dispõem de muita água, devido à sua alta solubilidade. Os animais que eliminam ácido úrico demonstram uma adaptação ao meio terrestre, onde a economia da água é vital para a solubilidade; portanto, os animais economizam a água na sua excreção. Observe a tabela abaixo com as principais características dos resíduos nitrogenados:

Características

Amônia

Uréia

Ácido úrico

Toxicidade

Alta

Moderada

Baixa

Solubilidade

Alta

Alta

Alta

Grupos animais

Invertebrados

aquáticos,

peixes ósseos,

protocordados

Peixes

cartilaginosos,

anfíbios e

mamíferos

Insetos,

répteis e aves

Classificam-se os animais, quanto à principal excreta nitrogenada, em três grupos:

Amonotélicos: eliminam a amônia.

Ureotélicos: eliminam a uréia.

Uricotélicos: elimina o ácido úrico.

IMPORTANTE:

           O desenvolvimento embrionário também determina o tipo de substância nitrogenada a ser excretada pelos animais. Os embriões de peixes e anfíbios desenvolvem-se na água; portanto, eliminam a amônia assim que é produzida. Durante o desenvolvimento larval, os anfíbios continuam eliminando a amônia, mas os anfíbios terrestres adultos excretam a uréia. Os embriões de ave e de réptil desenvolvem-se em um ovo de casca rígida e no meio externo. Os embriões, para economizar a água, excretam ácido úrico, que é armazenado em uma bolsa chamada alantóide. Os embriões da maioria dos mamíferos trocam substâncias com o sangue materno através da placenta; assim, os embriões excretam a uréia, que é bastante solúvel, e que será removida do embrião pela circulação materna.

Excreção humana

            A excreção humana é realizada pelos rins. Os rins recebem sangue das artérias renais e devolvem-no pelas veias renais, para veia cava inferior. Cada rim é formado por 1 milhão de néfrons. Os néfrons são constituídos pela arteríola aferente, glomérulo de Malpighi, arteríola eferente, cápsula de Bowmam, tubo contornado proximal, alca de Henle e túbulo contornado distal. Os túbulos distais de vários néfrons terminam em ductos coletores, que desembocam na pelve do rim. Da pelve, partem para o ureter, que termina na bexiga urinária. A urina é formada nos néfrons e acumulada na bexiga urinária.

        

Filtração glomerular

          O sangue chega aos capilares do glomérulo sob pressão elevada, passando uma parte do plasma sangüíneo para o interior da cápsula. Na ultrafiltração glomerular, devido ao seu tamanho, as proteínas são as únicas partículas que não são filtradas. O filtrado glomerular tem composição química semelhante à do plasma sangüíneo, exceto as proteínas. 

 

Reabsorção renal

              O filtrado flui ao longo túbulo renal e atinge o ducto coletor. Durante a passagem, a maior parte da água e das substâncias nela dissolvidas é reabsorvida e devolvida para a circulação; o restante do filtrado forma a urina. Algumas partículas (como as de água) são reabsorvidas por transporte passivo, enquanto a glicose, bicarbonato, sódio, etc sofrem reabsorção ativa. As células dos túbulos são ricas em mitocôndrias, que são as organelas que fornecem energia para o transporte ativo. A reabsorção facultativa da água é controlada pelo hormônio ADH (hormônio antidiurético) produzido pela hipófise. Essa absorção depende somente das necessidades hídricas do organismo e não está relacionada com a concentração dos solutos do filtrado.

Transporte dos sais ‡ Transporte ativo

Transporte as água ‡ Transporte passivo ‡ Osmose

Hormônio antidiurético (ADH) ‡ aumenta reabsorção da água

Diminuindo o volume da urina

Secreção tubular

     Algumas substâncias, como um antibiótico recebido por um indivíduo doente, são eliminadas pelo sangue, diretamente no filtrado do túbulo renal. Essas substâncias são secretadas ativamente pela urina.